Duby, George (dir.); Laclotte, Michel (dir.) HISTÓRIA ARTÌSTICA DA EUROPA — A IDADE MÉDIA, 2 tomos, Quetzal Editores, Lisboa, 1998.
Duby, George (dir.); Laclotte, Michel (dir.)
HISTÓRIA ARTÌSTICA DA EUROPA — A IDADE MÉDIA, 2 tomos, Quetzal Editores, Lisboa, 1998.
In-4º peq., de 247 e 431-(1) pp. respectivamente, encadernados inteiramente em tela vermelha do editor e gravados a dourado na pasta de frente e lombada, c/ sobrecapas coloridas, profusamente ilustrados a cores e a preto e branco. Em Português, a tradução a cargo de Mário Dias Correia.
“Dentro do grupo de intelectuais, reunidos em torno do periódico Annales d`histoire économique et sociale , encontram-se: Lucien Febvre, Marc Bloch, Fernand Braudel, Georges Duby, Jacques Le Goff, Emmanuel Le Roy Ladurie, Philippe Ariès, Paul Veyne, além de agregados como Michel Foucault, Michel De Certeau e Claude Levy-Strauss. Estes nomes, enfim, revitalizaram e redirecionaram a ciência histórica e produziram epígonos nos quatro cantos do mundo, revolucionando conceitos de longa duração, curta duração, cultura material, mentalidades, etc..
Fundamentalmente, o projeto dos Annales visava a transferir o eixo constitutivo da história produzida até então, que era o da história do poder central ou história oficial, para o eixo da história de capilaridade social, observando-se as relações com a sociologia, com a antropologia, com a psicologia e as demais ciências humanas. Dessa maneira, não far-se-ia mais história de cima para baixo, mas de baixo para cima, a história das menores unidades de relação dentro do corpo social, inserindo-se, assim, na história aqueles que até então se viam desapropriados de sua própria história, excluídos pela história do poder.
Foi dessa maneira que grande um número projetos se desenvolveram a partir do primeiro quartel deste século: o da história da vida cotidiana, o da vida privada, o das mulheres, o das crianças, o da loucura, o do homossexualismo, etc. (...)
História Artística da Europa é mais um projeto audacioso que vem somar a esta linha do fazer histórico. Os tomos relativos à Idade Média (dois), organizados por Duby, seguramente um dos maiores medievalistas dos nossos dias, estão baseados em três princípios: a iconografia deve ter precedência sobre as dissertações; a iconografia deve apoiar-se num guia de leitura e, por último, deve abarcar vastos territórios, ou seja, deve observar um intercâmbio franco entre arte e as sociedades que moldam autor e artista, entre historiador e especialistas de campos diversos, entre narrativa escrita e imagem. (...)
As imagens, assim, determinam mais do que simples deleite do esteta, trazem em si o crivo de poderes, orientados por certa sociologia histórica da obra de arte que perpassa a cadeia da elaboração do artístico desde a invenção até seu legado como cultura material. Busca Duby resgatar o olhar coetâneo das obras.”
por Paulo Martins, in http://letrasartes.blogspot.com/2008/01/georges-duby-e-histria-artstica-da.html
Dim.: 25 x 20 cm